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Urubici: história, cultura e muito encanto
Atualizado: 30 de dez. de 2021

Nem só de comida vive a Doma.Ovo. Nossa paixão também é viajar! Mas sempre que possível conciliando viagem e gastronomia, claro!
Conhecemos Urubici por acaso. A história é curiosa. A Internet nos proporciona conexões inusitadas, é realmente surpreendente.
Saimos de Floripa na sexta feira e voltamos no domingo. Levamos filhos e cachorros. Só nosso coelhinho ficou em casa.
Encontramos uma acomodação bem típica da serra, aqueles chalés aconchegantes, no meio do mato e servem café da manhã colonial.
Exploramos paisagens deslumbrantes, maravilhosas. Até arte rupestre vimos. Provamos comidas típicas e compramos um monte de produtos coloniais deliciosos.
Neste post vamos contar como chegamos até Urubici, os lugares que visitamos, o que comemos e como curtimos o final de semana que ficará em nossas memórias para sempre. Muito improvável não se encantar com Urubici.
COMO CHEGAMOS ATÉ URUBICI
Em novembro de 2021 aconteceu o primeiro Congresso da Cozinha da Serra Catarinense, chamado Raízes do Solo à mesa, em Lages que é uma cidade no centro do estado de Santa Catarina.
Infelizmente, não conseguimos ir, mas aproveitamos para seguir no Instagram alguns participantes do evento e conhecer o trabalho feito por eles já que a maioria era chefes de cozinha ou produtores artesanais e, para a Doma.Ovo, é importante explorar este universo.
Tivemos a feliz oportunidade de conhecer o trabalho do Renato e da Mayara do Quintal Di Catarina, um armazém de produtos regionais artesanais sustentáveis da Serra Catarinense que fica na BR 282, no caminho de Floripa para Lages (SC).
Nos encantamos com o trabalho do Quintal Di Catarina e ficamos caçando uma oportunidade para conhecer e provar.

Como o evento foi em Lages, ficamos curiosos com a escolha da cidade e decidimos pesquisar o que tinha para fazer lá e como era a cidade.
Descobrimos que a região é muito rica, por ser rota do escoamento da produção rural, que o turismo rural está em amplo crescimento e foi desenvolvido o Orion Parque Tecnológico, um centro de inovação da rede de Santa Catarina, que incentiva o ecossistema de inovação para transformar a economia da região.
É, claro que ficamos encantados.
Tínhamos o combo perfeito para decidir cair na estrada: curiosidade por dois lugares interessantes, cansaço da rotina diária e vontade de conhecer melhor a cultura dos catarinenses.
Estava decidido. Iríamos para Lages e aproveitaríamos para conhecer o Quintal di Catarina.
ENCONTRANDO UM LUGAR PARA SE HOSPEDAR
Normalmente quando vamos viajar fazemos uma pesquisa inicial nesses sites de busca de hospedagem. Utilizamos os filtros com base em nossas necessidades.
Desta vez queríamos um lugar pet friendly, com café da manhã, que tivesse boas recomendações (mínimo nota 8), estivesse na BR-282 e que nos acomodasse bem, afinal somos dois adultos e duas crianças.
Sempre colocamos o filtro e depois visualizamos o mapa, pois assim enxergamos onde estão concentradas as opções de acomodações e conseguimos definir. Não sabemos se você faz isso, mas testa da próxima vez, é uma excelente dica para escolher acomodação.
O bom de procurar lugares para se hospedar é poder se imaginar no lugar enquanto busca. E, quando vimos os chalés com vistas exuberantes e aquela atmosfera relax decidimos que seria a melhor opção para nós.
Chegamos a Urubici.
Mudamos os planos e a ideia se tornou hospedagem em Urubici, visita ao Quintal Di Catarina e lages.
Quando decidimos o lugar, selecionamos 3 opções de hospedagem, e entramos em contato por telefone para entender como funciona e tirar dúvidas. Decidimos então pela Pousada Cajuva, do Renato.

A Pousada conta com 6 chalés e fica a 5 km do centro de Urubici. Administrada por uma família é uma excelente opção de estadia. O café da manhã é servido no quarto em uma cesta de vime com produtos coloniais. Uma experiência bem legal.
O entorno da pousada é muito bonito, com araucárias, pé de pêssegos e uma linda vista. Na parte de baixo do terreno tem uma plantação de repolho, tomate e cebola que pertencia à família do Renato, e pode ser explorada a pé.
No último dia ele nos contou que próximo à plantação tem um rio muito legal para as crianças. Da próxima vez iremos com certeza. Ele nos deu várias dicas do que fazer na região e nos passou o site com outras dicas.
A primeira indicação foi da restaurante Sêmola, um italiano sob o comando do Chefe Roberto, que trabalha com massas e pizzas caseiras e ingredientes da serra catarinense. A sopa mais linda que já comemos. Valeu muito a visita.
Para entrada pedimos vieiras e sopa do dia que era de couve flor. Como prato principal escolhemos risoto serrano com cogumelos e truta defumada e pernil de cordeiro com polenta.
Tudo muito saboroso e de extrema qualidade. Gostamos demais.
O restaurante fica na rua principal da cidade e tem um ambiente bem aconchegante. Muito gostoso. Na Serra Catarinense tem vinícolas e portanto, no menu do restaurante tinham várias opções de vinhos nacionais e também sucos de uvas integral, inclusive suco de uva rosé.
SÁBADO
Nossa primeira parada do dia foi o Guardião do Avencal. Fomos ver arte rupestre sim, arte rupestre. Inscrições deixadas por povos indígenas há 4.000 anos.
O lugar é administrado por uma família que achou interessante preservar as inscrições. É cobrada uma taxa de R$10 para entrar. É preciso percorrer o espaço do bar e restaurante que é muito bonito para chegar até as inscrições. Não comemos nada, mas com certeza é uma excelente opção apenas pela vista que é exuberante.
As inscrições rupestres foram feitas pelo povo Jé do Sul. O lugar era um espaço de rituais e demarcação de território que representava a forma do povo ver o mundo. Uma paisagem digna de contemplação, deslumbrante. Não se sabe ao certo o que as figuras representam, mas foram encontradas cerâmicas com padrões semelhantes na região.
Lá tem uma caverna e uma mini fazenda com vários animais como pôneis, peru, galinha da angola, ovelha, vacas. Estávamos basicamente sozinhos. Foi um ótimo passeio com as crianças. Muito interessante e lindo. De lá conseguimos ver a Cascata do Avencal que foi nossa próxima parada.
Olhamos as avaliações sobre o Parque Cascata do Avencal e ficamos em dúvida se valia a visita ou não. Mas decidimos ir já pela estrutura com mirantes, restaurante e atividades. Em Urubici tem muitas opções de trilhas, mas como as crianças são pequenas achamos melhor não nos aventurarmos tanto.
Fomos ao Parque Quedas do Avencal e acreditamos que valeu a pena. Pagamos R$20 de entrada por adulto. Na porta eles informam que com o valor de entrada temos direito a visitar 4 lugares. Na verdade, são 4 vistas diferentes da Cascata. Três no Parque e outra, que não fomos, com acesso por baixo da Cascata.
Lá tem algumas atividades pagas por fora como tirolesa, rapel e cavalgada. Fizemos a cavalgada. A Maya é apaixonada por cavalos. Pagamos R$100 por nem 20 minutos de passeio. Achamos caro, mas o Carlos, quem nos atendeu, foi de uma simpatia ímpar e o filho dele brincou muito com as crianças, portanto valeu demais.
Queríamos almoçar no restaurante Chateau du Valle que nos recomendaram e era bem próximo ao Parque, porém estava fechado, eles abrem apenas para o jantar.
Almoçamos no próprio parque e optamos pela Paçoca de Pinhão, um prato tradicional da região. Eles colocam o pinhão misturado com diversas carnes como frango, carne de porco ou carne vermelha. Parece uma farofa. Comeríamos novamente, com certeza, apesar de acharmos um pouco seco.
Depois já era hora da soneca das crianças e decidimos ir, finalmente, visitar o Quintal diCatarina.
Ficamos apaixonados pelo lugar, uma parada obrigatória na estrada, km 134 da BR282. O ambiente é bonito e sofisticado. Com cheiros irresistíveis. O armazém tem uma cozinha aberta com um forno à lenha. Ficamos imaginando os diversos eventos gastronômicos que devem rolar lá.
Todos os produtos são artesanais e de produtores da serra. Vários são produzidos por eles mesmos e são de extrema qualidade.
Fomos atendidos pela Dona Lourdes que é a mãe do Renato, o idealizador do Quintal. Ela nos explicou sobre os produtos, nos deu alguns para provar e foi surreal. Tivemos também o privilégio de conhecer o Renato, contar sobre a Doma.Ovo e trocar muitas ideias. Definitivamente um momento memorável da viagem que levaremos para sempre.
Gostamos tanto que fizemos um vídeo contanto sobre os produtos que compramos lá: toque aqui e confira.

De lá, voltamos para a pousada para passear um pouco com os cachorros.
Para finalizar o dia jantamos na hamburgueria Rota 370, um lugar muito maneiro, com cardápio enxuto, cerveja artesanal e música boa. Gostamos muito. Era próximo à pousada e ótimo.
Ficamos muito curiosos em visitar o Museu Brunken, de carros antigos, mas infelizmente não conseguimos. Fica muito próximo à Rota 370.
DOMINGO
Dia de ir embora. Curtimos um pouco a pousada. O Chefe fez uma fogueira para as crianças e tivemos o acidente da televisão cair nas crianças, mas deu tudo certo, ninguém se machucou. Tudo no carro e fomos até Abrigo 1500, Cascata do Rio dos Bugres.

Se já estávamos encantados com Urubici fechamos com chave de ouro. O Abrigo não é longe da pousada, são 11 km, mas de subida em estrada de terra, portanto, levamos alguns minutos para chegar.
Não é tão bem sinalizado, confessamos que ficamos com um certo medo de não chegar, o tempo estava fechando, mas fomos determinados.
E valeu muito. O lugar é deslumbrante. Com vista para 3 cachoeiras nossa vontade era fazer como a família que estava lá de motorhome. Ficar vários dias e só curtir a paz da natureza.
Aproveitamos para comer pastel de carne e de paçoca de pinhão fritos na hora. O espaço é relativamente novo e o Sr. Elói e sua esposa nos receberam com muita atenção. Realmente um lugar encantador. Nós amamos demais.
Fechamos a viagem com chave de ouro. Amamos o Abrigo 1500, um lugar que nos trouxe muita paz.
CONCLUSÃO
Viajar é isso, se reconectar, descansar, explorar e criar memórias para sempre relembrar.
Às vezes é muito importante parar tudo o que esta fazendo e se jogar em uma nova aventura, se desconectar para conectar.
Nos encantamos de verdade com a Serra Catarinense. Nos surpreendemos. Não conseguimos chegar até Lages, mas com certeza teremos novas oportunidades.
Adoramos as pessoas e lugares que conhecemos e valeu cada segundo da viagem.
Esperamos que tenha gostado da nossa viagem. Queremos nos aventurar em outros destinos. Alguma sugestão?